Dados estatísticos da fileira do figo da índia em Portugal Continental

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Promoção da Fileira do Figo-da-Índia
11 Fevereiro, 2017
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Jornal Folha de Montemor o Novo, Ed. Fev 2017
7 Março, 2017
A fileira da figueira‑da‑índia em pomares organizados em Portugal tem conhecido, nos últimos anos, uma evolução e uma expansão muito significativas, nomeadamente a partir de 2013. Cabe salientar que, entre 2013 e 2014, foi registado um aumento de 109,91 % na área de pomares implementados.

Segundo os dados disponíveis, referentes a março de 2016, existem atualmente, a nível nacional, 390 produtores e uma área total de plantação de 819 ha.
Segundo os mesmos dados, a maior área de plantação corresponde à região do Alentejo, com 62,51 %, seguindo‑se a zona Centro, com 20,43 %, o Algarve, com 11,25 %, a região de Lisboa, com 3,16 %, e a região Norte, com 2,66 %.

Perspetiva‑se, em termos de novos pomares e, consequentemente, de área plantada, um aumento eventualmente ainda mais significativo do que o registado até agora, uma vez que existem centenas de novos projetos ao abrigo dos fundos comunitários, que estão a aguardar decisão/aprovação.
A título de referência, podemos considerar o caso da Sicília/Itália (segundo maior produtor mundial de figos‑da‑índia), cuja área plantada, de acordo com os dados de 2005, totaliza 7000 ha e onde é bastante comum encontrarem‑se pomares com uma extensão na ordem dos 50 ha.

Existe em Portugal um número muito significativo de agricultores que decidiram avançar com capitais próprios, por acreditarem que o nosso país apresenta as condições ideais para se tornar, a curto ou médio prazo, uma referência internacional na produção de figos‑da‑índia de qualidade e calibre superiores.
Exemplo disso é a Diálogos do Bosque, uma exploração estabelecida no Alentejo que iniciou a sua atividade em 2013, com apenas 4 ha, focando‑se exclusivamente na produção e comercialização de figo‑da‑índia, nomeadamente para exportação, e que, em 2017, já mantém 30 ha em produção. Para o efeito, e tendo em vista suprir uma lacuna existente a nível mundial, foi obrigada a desenvolver uma tecnologia única e diferenciadora que coloca Portugal em clara vantagem relativamente a outros países produtores em termos de eficácia na eliminação dos gloquídios – os picos característicos desta fruta tropical –, que, se não forem eficazmente retirados, podem eventualmente dificultar ou mesmo impedir a sua comercialização.

Em 2016, desenvolveu e implementou uma linha com capacidade para processar 1500 kg de fruta por hora (limpeza e calibragem automatizadas, embalamento e armazenamento em frio com temperatura e humidade controladas aos níveis ideais para a conservação deste fruto tão delicado).

Já desde a campanha de 2016, que a empresa deu a alguns produtores nacionais a possibilidade de utilizarem esta capacidade e infraestruturas, tornando-se assim um dos principais canais de escoamento desta fruta. Tem promovido e realizado vários encontros nas principais regiões do país, com o propósito de informar os produtores sobre os critérios de qualidade que devem ser considerados e prestar todos os esclarecimentos que lhes permitam atingir o padrão de qualidade exigido pelos mercados internacionais, de modo a que consigamos diferenciar‑nos dos principais concorrentes. Importa referir que a taxa de manifestação de interesse e de adesão dos produtores a esta iniciativa tem sido superior a 90 %.